MINHA BANDEIRA

Subirei

No topo mais alto de mim

E ali, no solo árido do ser,

Cravarei minha bandeira:

"Vim, vi e venci!"

Aos ímpetos e tempestades,

Aos arroubos e às maldades,

Sobrevivi!

Cada partícula inglória de minhas fraquezas

Semearei pelo caminho,

Entre heras e espinhos, cardos e daninhas emoções...

Vingarão, ali, sim,

Flores de cactos e vitórias-régias

Nesse jardim de horrores.

As mãos sangrado esperança,

A alma transpirando as dores

Das muitas lutas que enfrentei para chegar aqui.

Dir-me-ão que sou capaz,

Chamar-me-ão, guerreira,

Exaltarão minha resistência,

Reconhecerão que, enfim: "eu consegui"...

Mas não saberão das lágrimas que verti,

Dos medos que senti,

Das angústias que passei,

De todo o meu processo de transformação,

Nessa muralha de cacos quebrados de ilusão...

Amada, cobiçada, adorada, invejada...

Contida dentro do perfeito espaço

Da minha mais sofrida solidão.

"Vim, vi e venci!"... Para quê?

Minha bandeira tremula ao vento

E minha alma bebe a taça desse gozo tardio,

Entre o inferno e o céu,

A ideologia e a razão.

Para quê?

Eis o cerne da questão...

By Nina Costa , in 05/01/2024. Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 06/01/2024
Reeditado em 06/01/2024
Código do texto: T7970586
Classificação de conteúdo: seguro