Entre Versos e Vazios
Dentro de mim nasce poesia,
Das dores e amores em demasia,
Dos silêncios e canções sem harmonia,
Nasce em mim, mas não sou eu quem as cria.
Nascem de forma espontânea, num rompante de alegria,
Ou de forma abrupta e forçada, nos momentos de agonia,
De fato, em devaneios e sonhos, me lança em nostalgia,
Mas não são minhas as minhas poesias.
Se me calo, ou se falo em eloquente cacofonia,
Lá está ela a se formar, transformando caos em sinfonia,
Eu escrevo, transcrevo, sinto no peito a doce magia,
No entanto, sou eu quem sorve o amargo fel em demasia.
Essa poesia que arranco de meu peito em agonia,
É forjada no fogo intenso da mais pura apatia,
Nascem do que resta de mim, migalhas do que sentia,
Morrem quando o papel recebe as palavras, e silencia.