A Poesia da Noite
Sigo desenhando versos no céu aberto,
Sonhando ser uma nuvem a dançar no tempo.
Flutuo sutilmente no vasto pano de fundo,
Na tentativa eterna de agarrar o mundo
num efêmero momento.
Com pincéis de luz e sombras, o crepúsculo como aliado,
Em tons de laranja e rosa, o horizonte é bordado, mil e uma histórias nesse tapete mágico.
A cada raio de sol que se despede, um verso a se revelar,
Na sinfonia do anoitecer, meu ser a vibrar.
Desenho quimeras no azul profundo que se estende,
Realidade criada, perpetuação do desejo oculto, razão questionada que se rende.
Persisto na busca improvável da rima perfeita,
No éter dos sonhos, inspiração que se renova e se deleita.
Entre estrelas que cintilam, palavras em sintonia a brilhar,
Caminho pelo céu, imaginação e poesia oscilam soltas pelo ar.
E quando a lua, serena, ilumina o firmamento,
Me torno palavra viva, livre, nua,
como um suspiro em espiral no vento.
Ao mistério da noite, minha poesia se entrelaça, eternidade de pequenas horas
que a minha alma abraça.