ÚLTIMOS SUSPIROS

Todo ano é assim:

Tem gente que morre de morte morrida

Tem gente que morre de morte matada

Tem gente presa por um prato de comida

Tem gente que vive solta e é bandida

Ano vira e vai embora

Ano vai embora e vira

O povo num queixume atroz

O ano enterra ao sabor de fogos

E derrame de champagne,

Com um diagnóstico feroz

A respeito daquele que se foi

E recebe o outro com efêmeras alegrias

Nem lembra que foi feliz um dia

Naquele que passou...

Nenhum aprendizado

Já foi tarde...

O que sobrou?!

Diga a verdade...

A verdade é que este

Agora a findar

Quando seus últimos minutos

estão a expirar

Deixa em muitos a lição

De que, até na miséria,

Há o que aproveitar

De que somos todos iguais

Não adianta criticar,

As máscaras vão perdurar,

Os sorrisos, ficarão escondidos,

Mas, os olhos, estes fazem sentido

Estarão a mostrar o elo perdido,

O real, o fingido, o suave, o cítrico...

Não há melhor nem pior

Todos protagonizam a mesma sina

A esperança de que dias bons virão

Através de uma famigerada vacina

Que exterminará o vilão do futuro

Aquele que ultrapassou as

Muralhas da China

O verde da esperança

Um dia vai brilhar

Talvez a morte vença

Mas, quem viver, verá!

bmha - 31 /12 /2020

Os últimos suspiros

A agonia de uma pandemia

Só pra relembrar o que vivemos

Um dia...

Bárbara Hupsel
Enviado por Bárbara Hupsel em 30/12/2023
Reeditado em 30/12/2023
Código do texto: T7965300
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