F A L A S

                     F A L A S

Fim de tarde e de dezembro,

Um grupo de amigos reunidos

Conversando sobre o vivido;

Do bem e do mal ocorrido,

Em tom de avaliação,

Papo franco, descontraído.

Conversas em tom de velório,

Semblantes tristes, abatidos,

Até a chegada de João Mamão

Que notando, cobrou sorrisos,

Para tanger sofreguidão,

Silêncio ocupando o salão.

                    João  Mamão

Pessoal, hoje é sexta-feira

Mas não é a da paixão,

Zelezinho aqui choraria,

Se não sorrirem, mandarei um pum;

Se não visse, não acreditaria;

Léa, rindo és tão bonitinha.

                  Léa

Passei tanto tempo no salão,

De repente uma chuvinha,

Perdí a escova e o humor,

Só sábado vou me recompor.

--És linda mesmo assim, feinha,

Isso é pouco pra roubar sorriso.

                  Feião

Motivo pra rir também preciso,

Não passei no concurso sonhado,

Um ano de preparação,

Heis-me aqui, frustrado;

Ao menos conhecí uma gatinha

E o namoro tá começado.

                  Mamão

E quando apresentarás a ceguinha ?

Desculpe a brincadeira Feião,

Foi pra trazer riso pra reunião;

És novo, muitos concursos haverão;

Cida, fala de uma coisa boa,

--Cerveja bem geladinha.

                    Cida

Brincadeirinha, também triste estou,

Roubaram meu vestido pro réveillon,

Amargarei dez meses;

Era lindo, vermelho carmim,

Caiu muito bem em mim.

--E você não sabe onde foi ?

                   Bia

Venho de um plantão pesado,

Aqui só veio meu caco;

Sinto muito por todos vocês,

No meu silêncio, meus abraços;

Amigos, tristeza envelhece,

Fortaleçamos  nossos laços.

                     Mamão

Finda o ano, todos com saúde,

Temos muito a agradecer;

Da Lua, rompe teu silêncio,

Conta-nos notícia boa,

Muda o rumo dessa prosa,

Com está teu namoro com Rosa ?

               Da Lua

Dia a dia fica mais sério,

A doidinha parece que me ama;

Não estar alegre não me deixa triste,

Sei que bom trabalho há de pintar

E que felicidade existe.

--Queremos te ouvir Nestor.

                   Nestor

Acabo de vir do hospital,

Mamãe internada, papai na U.T.I.,

As babaquices ditas, eu ouví;

Só destacaram futilidades,

Todo o bom quiseram

esquecer,

Não enxergam, nem procuram entender.

Reais valores,  definir, escolher,

Escaloná-los priorizando,

Não esperem sofrer para aprender.

Amigos, guardem o que vou dizer:

Abraçar o importante útil,

O que não é essencial, é fútil.

Que a gente mais se empenhe

Para merecer felicidade,

Que a gente sem regatear

Pague preço que ela nos cobrar,

Adiantando sempre um sinal,

E que não prestigiemos o banal.

Pai de misericórdia imensa,

Olhe com carinho meus pais;

O que ainda não sabemos da vida,

Sabemos que teu amor é capaz

De guiar nossos caminhos

Ensinando como o bem se faz.

AMN DIDO
Enviado por AMN DIDO em 30/12/2023
Código do texto: T7965281
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