E O QUE EU
Tanta gente e tanta solidão
Um extremo ao outro
Tanta pedra sem emoção
é só biscoito!
Tanta conversa sem diálogo
E eu sei falar pelo olhar
Um mal bem análogo
Talvez seja primo do odiar
E o que eu sei
Eu nem sei
Eu vi e gostei
E o que eu sinto
Eu não minto
Aprecio com um vinho tinto.
Tanto anseio sem concretude
Não quero ficar só nos sonhos que expiram
Preciso realizar nessa finitude
Trazer a existência o que os olhos da alma viram.
Tanto não sem sim
Mudo a pergunta para outra resposta
É preciso acreditar que ainda não é o fim
Criar uma outra expectativa e uma nova aposta
E o que eu vivo
Eu também revivo
Sou como se eu fosse um livro
E o que eu respiro é ar
Mas pode ser amar,
pode ser gostar.