Tédio

No silêncio cinza do tédio a espreitar,

Entre as horas lentas, a se arrastar,

Um mundo apático, em tons de desalento,

O tédio me entorpece, sutil tormento.

Nas sombras do comum, onde o tempo se perde,

A monotonia dança, sem que nada acorde.

No vazio que ecoa, um suspiro sem cor,

O tédio sussurra: "Onde está o ardor?".

Oh, deserto de emoções, inerte e vago,

O tédio me entorpece, me jogo no lago.

As cores desbotam, os sonhos adormecem,

Na languidez do instante, os suspiros estremecem.

Mas no tédio, às vezes, germina a inovação,

A semente da criatividade, em gestação.

Entre as fissuras da rotina, brota a surpresa,

E o tédio se dissolve, cede à beleza.

Então, abraçamos o tédio, um convite à reflexão,

Descobrimos o extraordinário na paleta do comum.

Pois até no tédio, há um traço de encanto,

Um convite sutil para dançar no vão.

Assim, na melodia suave do tédio a tocar,

Descobrimos, talvez, que há mais a explorar.

No silêncio, na quietude, no espaço entre as horas,

Encontramos a poesia escondida, tesouro de agora.

Robert Freyr
Enviado por Robert Freyr em 27/12/2023
Reeditado em 28/12/2023
Código do texto: T7963207
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