Tédio
No silêncio cinza do tédio a espreitar,
Entre as horas lentas, a se arrastar,
Um mundo apático, em tons de desalento,
O tédio me entorpece, sutil tormento.
Nas sombras do comum, onde o tempo se perde,
A monotonia dança, sem que nada acorde.
No vazio que ecoa, um suspiro sem cor,
O tédio sussurra: "Onde está o ardor?".
Oh, deserto de emoções, inerte e vago,
O tédio me entorpece, me jogo no lago.
As cores desbotam, os sonhos adormecem,
Na languidez do instante, os suspiros estremecem.
Mas no tédio, às vezes, germina a inovação,
A semente da criatividade, em gestação.
Entre as fissuras da rotina, brota a surpresa,
E o tédio se dissolve, cede à beleza.
Então, abraçamos o tédio, um convite à reflexão,
Descobrimos o extraordinário na paleta do comum.
Pois até no tédio, há um traço de encanto,
Um convite sutil para dançar no vão.
Assim, na melodia suave do tédio a tocar,
Descobrimos, talvez, que há mais a explorar.
No silêncio, na quietude, no espaço entre as horas,
Encontramos a poesia escondida, tesouro de agora.