LENITIVO
Se agora olhares para o azul do céu
atenção para uma nuvem flocos de papel
sou eu em retalhos de muitas perguntas
distante dentro de mim num atento olhar
No silêncio aflora a compreensão
vento do destino carteiro de sua ação
Nas cores ouço o sussurro das borboletas
lábios sujos do néctar cio de toda floração
sinto no ar o pulsar da margem dos rios
sina braços do mar troféu de sua missão
Faço coro na alegria da cantiga de roda
braços dados sem diferença dos anos
toda roupa tem tempo e auge de sua moda
Sorrisos largos ecoam por causa de você
como poderíamos saber o que fariam de nós
nas lágrimas de sal que nada faz florescer
Na paz do silêncio tudo fica tão claro
volto e trago na bagagem de retorno
um peso maior mais leve e necessário
consciência que não estive de todo certo
na leitura do olhar todos permanecemos
alguns na sombra eterna do esquecimento.