LENITIVO

Se agora olhares para o azul do céu

atenção para uma nuvem flocos de papel

sou eu em retalhos de muitas perguntas

distante dentro de mim num atento olhar

No silêncio aflora a compreensão

vento do destino carteiro de sua ação

Nas cores ouço o sussurro das borboletas

lábios sujos do néctar cio de toda floração

sinto no ar o pulsar da margem dos rios

sina braços do mar troféu de sua missão

Faço coro na alegria da cantiga de roda

braços dados sem diferença dos anos

toda roupa tem tempo e auge de sua moda

Sorrisos largos ecoam por causa de você

como poderíamos saber o que fariam de nós

nas lágrimas de sal que nada faz florescer

Na paz do silêncio tudo fica tão claro

volto e trago na bagagem de retorno

um peso maior mais leve e necessário

consciência que não estive de todo certo

na leitura do olhar todos permanecemos

alguns na sombra eterna do esquecimento.

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 25/12/2023
Reeditado em 25/12/2023
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