Insular
do continente
a terra fugida
ruma ao além
inunda os pés
d'água e lágrimas
dista dos alcances
dá-se em lances
ao puro silêncio
de mansos mares
quer-se ter a si
ao passo querer
apartar-se de si
empaca no mapa
da vã geopolítica
individualista
arrisca inovações:
cria seu ecossistema
pau, pedra e problema
pensa:
a solidão limita
a solitude, não
a terra fugida
parteja em desvãos
coqueiros, rochedos
bebe dos oceanos
doutrina os medos
verte ouro e carvão
seu corpo insular
deseja deitar-se só
no chão do tempo
seu corpo insular
quer refutar invasões
colônias, senões