Cego no precipício
Caminhando, pois cansei de correr
Fugindo da toxicidade da cidade
Insana pela ignorância da certeza
Engolidos pelo egoísmo de cada alma
Me faz crer que enxergando eu simplesmente enlouqueço
Não sei mais para onde correr ou à quem recorrer
Preciso fechar meus olhos
Eu forço minha garganta e grito
Mas o egoísmo humano tampa seus ouvidos
Eu sou louco e eles surdos
Não posso contar com ela me enxergando
Pois não enxergam com o coração
A alma humana, usam apenas para respirar
E eu não consigo me controlar
O sol ainda nem nasceu nesse paraíso perdido
Mas parece que já estou no fim do dia
Esqueço de dormir acordado pelo aviso
De que valor pode ser visto como sem atraso
Desde quando o mínimo significa valorizar
Não consigo me ajoelhar como os outros e sorrir
Mas me forçam a fechar meus olhos
Eu forço minha garganta e grito
Mas o egoísmo humano tampa seus ouvidos
Eu sou louco e eles surdos
Como uma doença eles permanecem ajoelhados
Pois acham que assim lutam por sua liberdade
E eu continuo fugindo desse meio doentio
Pois nada disso está em meu controle
Não pode ser assim, eu escuto
Sem cheiro de liberdade
Sem chances de me elevar
Escolho correr do que aquilo que é doentio
Acorrentam minhas mãos e não há como gritar
Sinto várias facas em minhas costas, sozinho sei que estou
Ela não está por perto, mas consegue fechar meus olhos
Eu forço minha garganta e grito
Mas o egoísmo humano tampa seus ouvidos
Eu sou louco e eles surdos
Pode até parecer ingratidão
Mas se você fosse mentir para mim
Não iria buscar nas profundezas das minhas fraquezas?
Acho que preciso então aprender a fechar meus olhos
Acho que corri demais
Chego cego no fim da linha do precipício dessa cidade insana
Pular ou me ajoelhar?