DE JANEIRO A DEZEMBRO
Em dezembro me perdi, o tempo traiçoeiro,
Roubou-me dias, fez do ano um rápido roteiro.
A vida se desfez em sentimentos esquecidos,
Passou veloz, entre risos e gemidos.
Janeiro partiu, como um sonho ao amanhecer,
Dezembro chegou, sem percebermos seu correr.
O tempo refaz, desfaz, numa dança etérea,
E no peito, meu sorriso, uma expressão sincera.
Sentimentos nascem, sem se desfazerem,
O tempo molda, mas não pode conter o que queremos.
Nas dobras do calendário, um ano se desfez,
Mas o que sinto aqui dentro, persiste mais uma vez
Sorriso encantado, guardião do meu viver,
Em cada mês que passa, ele continua a florescer.
Que o tempo, esse vilão, não apague a chama,
De emoções vividas, nessa eterna trama.
Tião Neiva