Harmonia Efêmera
Pessoas vêm e vão, e as que ficam um dia também se vão,
Algumas se vão mais cedo, outras mais tarde, algumas nem sabem que foram,
Às vezes antes da hora, mas se vão antes de terminar o último refrão,
A vida é uma frágil poesia se dissolvendo no tempo e na imensidão.
Tudo que os olhos viram, tudo o que o corpo sentiu, tudo que ficou no coração,
Não passa de efêmera lembrança, quimeras que também se vão,
Não são os sonhos que morrem, o que morrem são as ilusões,
Em um momento o que resta é apenas silêncio e emoção.
Os papéis sobre a mesa se vão, frases, poesias e pensamentos em vão,
Sentimentos nas gavetas, letras mortas esperando a última canção,
A última poesia junto com a gente, ainda no pensamento, se vão,
Enquanto do peito exala o último suspiro, ouve-se a última canção.
E a vida continua seguindo seu curso sem nenhuma compaixão,
A poesia escrita fica, são lembranças que antes estavam presas no coração,
E o coração lentamente diminui sua pulsação, a última nota silencia a canção,
Quando a hora chega, nem tudo foi em vão, a poesia foi a vida em ação.