Presente
Quando foi a última vez
que você se presenteou?
Sabe aquele momento só seu?
um respiro, nem que seja mínimo
exercício físico que te faça bem
Tire a poeira
dos portões fechados
Ainda existe espaço
para a autoestima
aí dentro?
pés descalços
escalda-pés
comida quentinha
um suco na padaria
o docinho que você evita
pela culpa da caloria
Você tem se abraçado?
onde busca seu amparo?
Acalma essa pele
hormônios borbulhando
espinhas, gastrite
cabelo sem lavar
vontade de gritar
sono a reparar
Repara em você, mulher
homens e todos os gêneros
na diversidade, vivam a paz
o respeito, é o que eu desejo
Final de ano, recomeços
com diferentes significados para cada um
crenças, presenças e ausências
na mesa de Natal
Procure formas de cuidar
do templo íntimo,
o que você reconhece como divino
E que a claridade que bate
na janela do seu quarto
respire liberdade
traga saudade do que é bom
ares de reparação e realização
Divida o fardo
e pratique de verdade o autocuidado
O hotel que ia ser agendado
não vai mais, foi cancelado?
Busque uma fração
do tempo de qualidade
que cabe na sua realidade
se falta dinheiro, qual outro jeito de suprir desejos?
e a caminhada na praça, o que não tem preço?
nem que seja pra tomar água no bebedouro
e sair na rua pra ver o movimento
passear com o cachorro
Que daqui pra frente
seu amor próprio
seja frequente
você é gente, não máquina
que também precisa de pausas
de areia e água da praia
Nossa bateria social
às vezes acaba
recarregue sua tomada
e que nada te impeça
de celebrar cada passo
que você deu até aqui
a vida não é só trabalho
não deveria ser só cansaço
Estou aprendendo a me priorizar
já tenho planos para descansar
E escrevo essa carta para te inspirar