Nada me prende a nada, até por que sou o próprio nada.
Nada me prende a nada, até por que sou o próprio nada, entretanto, um ser heurístico.
Qual a minha ideologia, quando não tenho linguagem, perdi a minha cognição.
O meu mundo deixou de ser apofântico, todavia, ainda tenho a ontologia da imaginação.
A minha realidade na verdade, é a minha inexistência, sou a repetição fútil do primeiro DNA quântico.
Resquício da primeira célula mitocondrial, com a genética de um primata.
Sou a sinergia deste mundo seráfico, tenho na alma a voluptuosidade das recordações.
Sem protrair o delírio dos sonhos, porque sou massa atômica.
Tal qual o meu eskathós, sem as proposições apolínias, meus desejos epicúricos.
Com efeito, sou a minha inexistência, mesmo existindo, querendo ou não, não tenho existência.
Sou em síntese na perspectiva do universo, a coloração do infinito, a luz de hidrogênio, o brilho das estrelas, todavia, não sou o que deveria não ser.
Na química do cosmo, em sua constituição física, sou a negação da origem.
Deste modo, aquilo que no princípio não era, ou seja a anterioridade das anterioridades.
O início primordial, com efeito, revelo o inexistente, sou apenas a inexistência, mesmo no presente.
Do futuro não se deve dizer absolutamente nada,
por não ser real.
Sou portanto, a negação da negação de tudo que não sou.
Edjar Dias de Vasconcelos.