Nada me prende a nada, até por que sou o próprio nada.

Nada me prende a nada, até por que sou o próprio nada, entretanto, um ser heurístico.

Qual a minha ideologia, quando não tenho linguagem, perdi a minha cognição.

O meu mundo deixou de ser apofântico, todavia, ainda tenho a ontologia da imaginação.

A minha realidade na verdade, é a minha inexistência, sou a repetição fútil do primeiro DNA quântico.

Resquício da primeira célula mitocondrial, com a genética de um primata.

Sou a sinergia deste mundo seráfico, tenho na alma a voluptuosidade das recordações.

Sem protrair o delírio dos sonhos, porque sou massa atômica.

Tal qual o meu eskathós, sem as proposições apolínias, meus desejos epicúricos.

Com efeito, sou a minha inexistência, mesmo existindo, querendo ou não, não tenho existência.

Sou em síntese na perspectiva do universo, a coloração do infinito, a luz de hidrogênio, o brilho das estrelas, todavia, não sou o que deveria não ser.

Na química do cosmo, em sua constituição física, sou a negação da origem.

Deste modo, aquilo que no princípio não era, ou seja a anterioridade das anterioridades.

O início primordial, com efeito, revelo o inexistente, sou apenas a inexistência, mesmo no presente.

Do futuro não se deve dizer absolutamente nada,

por não ser real.

Sou portanto, a negação da negação de tudo que não sou.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 03/12/2023
Reeditado em 03/12/2023
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