OBLÍQUA

 

ainda estou denotando:

a poeira do espelho desvanece

a imagem embaciada

ainda não me aparece

por inteira

mostra somente indícios

sinais de forasteira

mas que por aqui sempre me esteve

mesmo que nunca se mostre de primeira

timidamente se revela

a olhos nus, abstrata

não reconheço o reflexo dela;

descobridora, meio oblíqua

quem sabe, uma novata

sem direção porque a mesma a cria

longe de ser repentina ou imediata

comparo à estátua lapidada:

demorada, duradoura, eterna

intrínseca, incerta

visiva, fundamentada

Júlia de Rossi – 17 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 30/11/2023
Código do texto: T7943978
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