Sigo

E, apesar do meu horizonte plúmbeo, sigo poetizando meu caminho...

Meus versos fogem de minha prosa

Alteram a seu bel prazer minhas métricas

Estabelecem ritmos e sonâncias

Próprias e particulares

À margem de minha veleidade

Impondo sua construção

Independente de minha pena

A ponto de estabelecer dúvidas sobre minha própria sanidade

Serei eu escrevendo, ou terei em mim

Outras personalidades ?

Se assim for, onde estive todo este tempo?

Fui apenas passageiro, acreditando ser condutor?

Tantas dúvidas agora pairam sobre esta escrita

Que já nem sei se se decifra

Facilmente esses documentos endereçados

À Poesia

No temporal veraneio de emoções

Haverá contentamento?

Tangenciar a folha em branco faz sentido?

Faz sentindo o que sinto?

Ou apenas me convenço de ter sentido?

Sou apenas imaginação?

Inerte a caminhar perdido?

Balbuciando palavras, sigo!

Rubens Lôbo
Enviado por Rubens Lôbo em 27/11/2023
Código do texto: T7941811
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