Sigo
E, apesar do meu horizonte plúmbeo, sigo poetizando meu caminho...
Meus versos fogem de minha prosa
Alteram a seu bel prazer minhas métricas
Estabelecem ritmos e sonâncias
Próprias e particulares
À margem de minha veleidade
Impondo sua construção
Independente de minha pena
A ponto de estabelecer dúvidas sobre minha própria sanidade
Serei eu escrevendo, ou terei em mim
Outras personalidades ?
Se assim for, onde estive todo este tempo?
Fui apenas passageiro, acreditando ser condutor?
Tantas dúvidas agora pairam sobre esta escrita
Que já nem sei se se decifra
Facilmente esses documentos endereçados
À Poesia
No temporal veraneio de emoções
Haverá contentamento?
Tangenciar a folha em branco faz sentido?
Faz sentindo o que sinto?
Ou apenas me convenço de ter sentido?
Sou apenas imaginação?
Inerte a caminhar perdido?
Balbuciando palavras, sigo!