Coloquei minha alma para secar

No varal das minhas dúvidas...

Serei mesmo quem penso ser

Ou me espreita uma ave misteriosa

Que alça voo sem eu saber?

 

Já ouvi vozes de aconchego

Outras tantas de desprezo

Em ladainhas de condenação.

Sigo feito cego em tiroteio

Sem saber se censuro a ação

Que desejei nos cantos do coração...

 

Melhor viver como quem dorme

Sono sem sonhos ou agitação

Remoendo a trilha que nos cabe

Por sobre as ondas da percepção.

 

Minha alma balança ao vento

Que sopra no meu íntimo quintal

Onde divago sobre mim mesmo

Sendo menos do que tento

Sendo mais que meu próprio mal.