INADIÁVEIS REGAS
INADIÁVEIS REGAS
Quando as paixões esfriam,
Côres desbotam e somem
Brilhos que animam vida;
Toda paixão cobra rega
E entristece quem nega.
Negar devida atenção
É asfixiar coração
Que passa a bater lento,
Trôpego, desritimado,
Preguiçando sentimentos.
Não bate porque não sente,
Não sente porque não bate;
Frieza estreita vasos
E vida vai se gastando
Obedecendo descaso.
O reagir cobra pulso
De quem deseja a cura,
Quem se percebeu e notou
Que o vivido já passou
E não mereceu moldura.
Trocando os cenários
Pintados com tintas frescas,
Brilha retina ouvindo
O som que coração manda
Deixando alma sorrindo.