O Prazer!
O Diabo me cerca astuto no meu ombro,
corro desse teu toque fosco e farto rubro.
Rogo para que esse eivo dia acabe logo,
que se encerre o mal que para mim mesmo advogo.
Já perdi tantas vezes, que aqui eu vejo
o fracasso na palma da mão enrugada.
De noite, eu as vezes, quero o teu beijo,
beijo do Prazer que torna a virtude em nada.
Podres desejos que nós, sujos, expelimos -
tem gosto doce - na boca e nos espelhos.
No mal reside todo o Prazer, corrompedor.
Viciado, vendo a Paixão sem nenhum pudor.
Pago o prazer com trinta moedas de prata,
no esgoto, ávida como rato, a alma se arrasta...