QUE A TERRA NOS SEJA LEVE
Do ponto final, certeza. Das reticências, também.
O último olhar antes de findar o ciclo
Jaz na indagação da diferença que faz
entre o que fiz e o que poderia ter feito
se um bêbado diário pelas calçadas
um beato e a bíblia embaixo dos braços
o líder comunitário se doando ao bairro
pelo pão de cada dia amassando o barro
a previsão do perigo no escuro da neblina
o decote saliente disponível na esquina
os lábios inocentes rindo com a pipa no céu
a hipocrisia política corrupta por trás do véu.
Qual diferença faz?
Qual propósito afinal?
Se para ela o tratamento é igual.
Nas interrogações, o cimento da morte.