METAMORFOSE DE UM LAR PERDIDO
Retorno à "Casa"!
Que espaço é esse que já não reconheço?
As cores, os cheiros, tudo é disperso,
E a dor em meu peito, que desconheço.
Nesta manhã do agora,
Encontro uma realidade que outrora,
No ontem distante, me pertencia,
Era minha, em essência e harmonia.
Mas já não me pertence mais!
O conhecido se fez estranho:
Pessoas, importâncias,
Fragmentos de lembranças,
Paradigmas que se desmancham,
A própria vida, tão antes habitada,
Agora se torna desconectada.
Não pertenço mais a esse lugar!
O que mudou, afinal?
Eu, somente eu, em minha essência,
Tornei-me "Distinta",
Estranha até ao meu reflexo,
Como um eco de outra existência.
Quem sou eu, de fato, agora?
Descobrirei no caminhar dos dias,
Na jornada que se desdobra,
Entre sombras e luzes tardias.