Blues das Pedras no Caminho
Como Robert Johnson ao encontrar
Demônios de carne e osso nas encruzilhadas,
Como Stevie Vaughan a solar
Na guitarra conflitantes sentimentos,
Como Drummond em ímpar poesia,
Eu reconheço as pedras em meu caminho.
As moedas dormem longe da conta bancária.
Um apito pelo túnel dos problemas soa constante.
Hienas tentam grunirem em meu quintal.
As tardes definem dias quentes no exaustivo trabalho.
Mentiras deferidas enojam o crânio.
Eu tenho incômodos em meu coração,
Há pedras que parecem imensos rochedos
E ainda estou descobrindo as chaves
Que abrem as portas dos inconvenientes.
Carrego nas costas difíceis pedregulhos,
Como as cordas musicais de Freddie King
A sussurrarem tristezas em melodias.
Mas me sento no jardim da persistência...
Uma família, um amor por uma mulher, umas ideias,
Espalhar brilho, teimosia nas tábuas
Das grosserias, agir tentando a tudo dar fim.
Acender uma chama que eleva,
Comprar a passagem e deixar as malas feitas.
Nas sombras perturbadoras, a ousadia para tudo alterar,
Sentir alteridades que sondam
Novo pulso e murmurar de pura felicidade:
Dá-me vinho, dá-me beijos, pois o sangue
Em todo o chorume vivido foi purificado.