(Re)conhecer
Com ânsia de nas rimas encontrar o acalento
Versejo com o sentir e o pensar turbulento
Onde se finda a mais sublime certeza
Quando é completamente incerta a intrínseca natureza?
Como enxergariam o que há de belo ao redor
Olhos treinados para proteger a alma, calejada, da dor?
Qual a fuga existente para a agonia maior:
Sentir-se inapto a amar e receber amor?
E onde mesmo que ele me foi apresentado:
Na presença, na ausência, espontâneo ou negligenciado?
Nas vivências, nos desejos, nos sonhos, na utopia?
Nas conversas, nas telas, nos livros, na poesia?
E nas louças lavadas, na toalha buscada, todavia?
No fluir diário do compartilhar já não valeria?
Por que não romantizar o corriqueiro e o ordinário?
Por que não (re)conhecer o que não ensina o dicionário?