(Re)conhecer

Com ânsia de nas rimas encontrar o acalento

Versejo com o sentir e o pensar turbulento

Onde se finda a mais sublime certeza

Quando é completamente incerta a intrínseca natureza?

Como enxergariam o que há de belo ao redor

Olhos treinados para proteger a alma, calejada, da dor?

Qual a fuga existente para a agonia maior:

Sentir-se inapto a amar e receber amor?

E onde mesmo que ele me foi apresentado:

Na presença, na ausência, espontâneo ou negligenciado?

Nas vivências, nos desejos, nos sonhos, na utopia?

Nas conversas, nas telas, nos livros, na poesia?

E nas louças lavadas, na toalha buscada, todavia?

No fluir diário do compartilhar já não valeria?

Por que não romantizar o corriqueiro e o ordinário?

Por que não (re)conhecer o que não ensina o dicionário?

Katlyn Dias
Enviado por Katlyn Dias em 27/10/2023
Código do texto: T7918454
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