Os teatros absurdos da existência
No escuro teatro absurdo desta vazia existência
Nossas vidas são máscaras de ficções encenadas.
Somos marionetes de personagens de fachadas
Em tramas ilógicas onde justificamos a incoerência.
O Tempo é um afiado machado que não se cansa,
Nosso fôlego é tão curto, e a vida a nada desvela.
A cada instante, criam-se novas tramas e esperanças,
E a Morte, suprema divindade, a tudo enterra e encerra.
Neste mundo feito de sombras densas e frias,
O eco do Existir se perde na melancolia do dia a dia.
A Vida é uma narrativa absurda, gratuita e vazia,
É uma cruz que se leva em vão, uma louca algaravia.
A cada passo, sentimos a morte a nos afagar,
Numa dança macabra de acasos entrelaçados.
As palavras são como uma cega faca a cortar
A alma já cansada em pedaços de sonhos mutilados.
No caos silencioso de nossos pensamentos sombrios,
Gritamos calados, já que ninguém vê a nossa colina.
Neste palco hostil e baldio, somos só espelhos vazios.
Mas, mesmo que se persista neste caminhar incerto,
À procura de sentidos ou uma porta que haja na neblina,
Nesta treva difusa, talvez se ache um farol por perto.