Acaso I
Um mundo sem significado, simplesmente vivemos
Um instinto primitivo desenhado para enlouquecermos
Nada é eterno, nem os mais puros carinhos
As estrelas não vão ajudar, nem deuses traçar caminhos
Amar se torna um ato de rebeldia
Dos tolos que crêem achar que mudaram a melodia
Da indiferença da vida fria
Da importância de nossa covardia
Até os anjos dos belos palácios excretam
Com mijo, os plebeus alimentam
Todos dançando nus envolta da fogueira
Cercados por moribundos vomitados da baderneira
Enquanto se embreagem em prosas vazias
Prefiro meu vinho barato e minhas angústias
Sem esperar que a vida me reserve um doce gole
Destino destilado, pronto para um porre
Amar? Uma ilusão do coração
Destino? Uma piada sem graça nem razão
Criamos nosso próprio algoz
Para justificarmos a covardia de não termos voz
Não há significado, não procure significado
Nada é especial e você não é o favorito mais amado
As pessoas costumam ser feias quando da falsidade despidas
Se embebeda do acaso de vidas oriundas