Acaso I

Um mundo sem significado, simplesmente vivemos

Um instinto primitivo desenhado para enlouquecermos

Nada é eterno, nem os mais puros carinhos

As estrelas não vão ajudar, nem deuses traçar caminhos

Amar se torna um ato de rebeldia

Dos tolos que crêem achar que mudaram a melodia

Da indiferença da vida fria

Da importância de nossa covardia

Até os anjos dos belos palácios excretam

Com mijo, os plebeus alimentam

Todos dançando nus envolta da fogueira

Cercados por moribundos vomitados da baderneira

Enquanto se embreagem em prosas vazias

Prefiro meu vinho barato e minhas angústias

Sem esperar que a vida me reserve um doce gole

Destino destilado, pronto para um porre

Amar? Uma ilusão do coração

Destino? Uma piada sem graça nem razão

Criamos nosso próprio algoz

Para justificarmos a covardia de não termos voz

Não há significado, não procure significado

Nada é especial e você não é o favorito mais amado

As pessoas costumam ser feias quando da falsidade despidas

Se embebeda do acaso de vidas oriundas

Polaris
Enviado por Polaris em 25/10/2023
Código do texto: T7916964
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