TUDO É AGORA
Tudo é agora ou nunca.
Ou nunca é tudo agora.
Talvez eu fosse embora
Para ter rastros de alegria e satisfação,
Mas as blasfêmias fazem parte
Da vida de cada irmão,
Por isso temos treinado
Nova vida, nova canção.
“Santo de casa não faz milagres”,
Faz tese como alguém já disse
Ou de repente escreve muitos poemas
Que poucas leem, mas ele continua
Operando milagres por viver na infertilidade
Imposta pela ignorância de muitos
E reconhecimento de poucos.
Sonhar é mais que querer voar,
É voar no sonho dos outros,
Quando eles nem sempre sabem disso.
Viver é mais que manter o organismo
Funcionando normalmente,
É ter o direito de sonhar sonhos possíveis
Diante de uma sociedade
Que aborta os sonhos dos sonhadores.
Naturalmente, quase tudo se torna (des)natural
Aos olhos dos que nada pensam,
Além de criticarem, sem fundamento nenhum,
Todos os milagres operados
Pelos Santos de casa em todos
Os tempos e lugares,
Principalmente, após vossas mortes.
Eu admiro isso que ocorre.
Corro contra essas sacanagens
Que fazem com os Santos de casa,
Mas vivo numa sociedade de hipócritas,
Fazer o quê?
Tangará da Serra - MT, 2002.