Ser

Somos tantos e somos um, temos tanto e não temos nada, queremos tanto e no fim nada do que queremos serve para nos fazer feliz.

Não sei quem sou de verdade, me procuro em mim e não consigo encontrar uma resposta para essa pergunta.

Quem sou? Quem ocupa esse corpo que muda a todo instante? Sou hoje o que fui ontem? Serei amanhã o que hoje sou? O passado ainda me representa? No futuro ainda serei o que a criança que outrora habitou em mim imaginou que seria? Acho que não é só uma pergunta, não é? No fundo é sim.

Só posso saber quem fui ou serei se souber hoje quem sou, com tudo que o que o passado me trouxe e tudo que quero que o futuro me transforme.

Sou tudo o que me trouxe até aqui e o que nem sei que faz parte de mim, meus medos inconfessos, minhas coragens impensadas, meus demônios pregressos, meus anjos guiadores, meus desejos mais profundos, minha vontade de mim.

Posso não saber quem sou diante de tudo que faz parte de mim, mas de uma coisa eu sei, ser quem sou e quem quero ser é o que me basta e me faz viver.

Só se preocupa com o outro aquele que não suporta sua própria existência, que de tão insignificante não lhe deixa opção para suprir o vazio de ser quem é.