Um poema soturno
Ao longe escuto a música
sombria música mortificada
e alucinado clamo aos anjos
uma fagulha de esperança
Seu riso asila-se em lamaçal
egocêntrico em seres letárgicos
provando na penumbra fétida
o ópio visceral das angústias
Vagueiam, então, as almas
no purpuro florir dessas tristezas
enquanto minh'alma navega solitário
inflamável, turva, muda.
As pacíficas mãos sangram
o coração confiante padece
numa dor assemelhada a morte
e sentis, portanto, júbilo nesta guerra?