ONDE ESTÁ A RAZÃO?
ONDE ESTÁ A RAZÃO?
Pedrinho Sampaio
Em: 1979
Eu saio, como muitos, a procura de uma existência
E saio, como muitos, a procura de minha existência
E caio, como muitos, na procura da infra existência
E ainda, como muitos, não encontro a tal existência
Não há razão para quantos procuram a paz
E não há um morto sem um senso reflexivo
E nem se deixa falar das coisas que se mostram maiores
E nem menores... se falam em deixar.
Não é pequeno o meu mundo
Pequena é a minha percepção de sua existência
Mesmo na inconsciência primitiva
O meu mundo se destoa da verdade
...Ou a verdade se situa fora dele.
Mas, porque isso ocorre é um simples jogo de erros
Sim! Porque a verdade não é mais do que a denúncia da mentira
Não seria necessário existir a verdade,
Se não existisse a mentira
E assim é o meu mundo... destituído da verdade.
Destoa também a cor dos meus olhos
Sim! Os meus olhos são permutações de sensações.
Os meus olhos são na realidade as minhas prendas maiores.
E também o meu bem menor.
Somente isso me afeta o bem haver
Se é que há um “bem - haver”
Não pode ser apenas imaginação, uma vez que todos “a veem”
Nesse caso... é alucinação coletiva.
Mais ainda...
assim procuro o meu caminho
Vejo a chama maior de minha existência
...E me destino a ela, como o ponto maior
...E me mato nela, como o caminho mais rápido
...E me acerco dela, como a verdade cruel
...E me encontro com ela, como um menino perdido
E me separo.