A consciência do inacabamento
me insere permanentemente na infância:
processo que não cessa.
Ser menino é estado de espírito
que me conecta aos desafios
constantes e necessários.
O "não saber", e a consciência
da natureza insipiente daquilo que já sei,
é como a alegria de ser criança em espírito,
porém com certa maturidade
frente ao adulto que encontra-se
afogado na insensatez de achar que sabe.
Não obstante, declarar-se adulto de espírito
só nos vale se carregarmos conosco
a lucidez que é não saber,
mas saber ser aprendiz o tempo todo.
Posto sejamos adultos aprendizes,
também nos cabe ser crianças de idade.
Somos mais o que ainda não somos
do que aquilo que já aprendemos a ser.