CARTA PARA O FUTURO
Quero escrever cartas,
não com caules
de eucaliptos,
mas de roseiras.
Já teria enviado
jardins, cores
e perfumes,
não copas de árvores.
Não escrevo mais
com grafite,
pena ou esferográfica.
Uso bits,
bytes,
pixels,
gifs.
Não uso mais celulose,
uso celular.
Muda o mundo,
a vida muda,
mudam rápidos
os hábitos,
menos o encanto.
(O poeta, 1920 - Roger De Lá Fresnaye)