Eco da sereia
Estava há alguns meses,
Sem conseguir escrever.
É que tava preocupado
Tentando não enlouquecer.
E mesmo assim,
Foram tantas mudanças.
Hoje sou outra pessoa.
Acho que vou emitir
Outro RG.
Eu me apaguei a um deslumbre,
Que amenizava uma triste realidade.
E por uns instantes,
Eu me pergunto:
"Será que poderia ter sido diferente?"
Foquei tanto nos meus objetivos.
Que a paz se tornou,
Um sentimento insignificante.
E no fundo,
Gostei de correr o risco.
E no meio disso tudo,
Eu até poderia fazer um simples resumo.
Corri tanto atrás de um objetivo,
Que minha vida se tornou
Um filme sem título.
Depois de um tempo refletindo.
Penso que, isso tudo
Não vale o risco.
Só quem leu sabe,
Uma ponta de tudo que passei.
E por quantas vezes desabafei.
E nada disso foi o suficiente.
Para me encontrar,
E ficar em paz com minha mente!
Na calada da noite
Penso em quantas vezes
Meu coração foi partido.
E no fundo, sei que a culpa foi minha.
É que eu já amei demais,
Já menti demais,
Só por causa de uma relação.
E nada explica o vazio
Que habita meu peito,
Ainda sim, acredito
Em uma nova paixão.
Nem todas as noites são tranquilas,
E a ansiedade não para.
É uma coisa simples
Que acelera a batida do meu coração.
Só queria achar um jeito,
De sorrir, sem sentir um peso.
E ainda assim,
Luto pra lidar com isso.
Só eu sei o vazio do meu peito.
Tô cansado de ter que me explicar.
Nem toda ação precisa de justificativa.
E se nem tudo precisa de justificativa,
Eu quero estar contigo.
Mas não vamos criar tanta expectativa.
E apesar da dor que carrego
No peito,
Eu quero sentir o gosto do seu beijo.
Na dúvida a gente ascende um cigarro,
Posso não saber bem o que sinto.
E a gente resolve isso com duas taças de vinho.
De repente recebi um chamado.
Para tentar evoluir,
E encontrar paz no meu passado.
E no meu momento de desespero,
É por ela quem eu chamo.
Uma bela sereia,
Que me acolhe e seca meus prantos.
As vezes escuto outro chamado,
De viver nos braços dela
No meio do oceano.