Infância

 

 

Sobre o mundo?

Sei lá do mundo!

Sei que vezes sou só distância,

E que esta,

vezes causa-me aparente dano,

Mas é tão bendita,

Pois faz-me liberto de tudo.

Não é liberdade agressiva,

Mas passos leves em sonhada paz.

Talvez delírio de velha alma,

Que descobriu a graça de ser criança.

Depois de tanto buscar,

Vislumbrou que tudo estava já no início.

Que o tempo seja considerado uma ilusão,

Mas foi necessário para criar grandes utopias.

E que não são os sonhos os culpadas das dores,

Mas o realismo duro que nos faz árido o espírito.

Qual vocação encontrar?

Qual utilidade ter?

Ora, sobre o mundo?

Talvez saiba algo,

Mas com prazer,

Fingirei tudo desconhecer.

Pois que a graça está em certo mistério,

E na aventura em torno do segredo.

E daí, se de repente tem-se algumas chaves.

Pois que as guarde,

Que se finja oculta-las.

Talvez em alguma gaveta do coração.

Talvez em algum lugar inexistente.

Pois que o prazer de ser é mergulhar no lúdico,

É recriar a infância,

Pois só as crianças sabem ouvir,

Só os infantes conseguem ver,

E apenas por artimanhas,

Por pura peraltice,

É que fingem silêncio,

E não desvendam os segredos,

No articular da língua,

No sopro de vida,

Que traz para o mundo,

A voz do coração.

O mundo?

Ora mundo!

Ele é tão grande!

E eu comodamente pequeno.

 

Gilberto Brandão Marcon

23/01/2013

 

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 12/10/2023
Reeditado em 12/10/2023
Código do texto: T7907371
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