O horror na pele
Chego após longo dia de trabalho
Tal como a claridade, também estou adormecido
Dia agitado, psicólogico aguerrido
Do homem, somente o espantalho.
Pesada rotina de quebra-galhos
Se tive sonho, o desfecho tornou corrompido
O peso sobre os ombros em dias vividos
Para não ser carta fora do baralho.
O horror na pele, condições sanitárias
Falta o básico, propício à doenças
E onde está a fiscalização diária?
Sobressai-se a vista grossa, a indiferença
Nos preceitos básicos, lei primária
De um dia de labuta e sem ofensas.
Liberdade, nem sei se é real
Dignidade, se quer a trouxe comigo
Seria este o aporte final?
Ou seria o rígido castigo
De uma vida ostentada no banal
E uma alma carente de abrigo.
Privilégios não condizem à nossa classe
Quando se priva o direito à escolha
Será mesmo que um decreto em uma folha
Reverteria a permanência servil na qual se nasce?
Marcel Lopes
11/10/2023