Um livro à procura de um leitor

Um livro à procura de um leitor.

Quantas vezes abrimos a estante e nos deparamos com os nossos livros inertes e enfileirados?

Eles estão sempre lá à espera de um olhar ou mão amiga que os retirem para respirar.

Nem sempre estão ordenados por assunto ou autores, na maioria das vezes estão misturados e agrupados por tamanho.

Ao lado de um clássico da literatura de Shakespeare, às vezes, pode estar um poeta atual, filósofos gregos ou contemporâneos, biografias ou estórias de personagens reais.

Se os livros pudessem falar, imaginem os diálogos a serem travados durante os longos períodos de exílio nas estantes de portas fechadas?

Os grandes personagens da história mundial, com certeza, travariam longas conversas a respeito de suas conquistas e traições conjugais.

Quantos crimes poderiam ser desvendados se Sherlock Holmes, Hercule Poirot, Comissário Jules Maigret, Miss Marple ou Auguste Dupin, numa noite fria, esquentada com vinhos e aromatizada com charutos e cachimbos, pudessem trocar idéias e compartilhar segredos de seus métodos de investigação?

Quantos bons diálogos, ensinamentos e sabedoria não seriam trocados, nesse mundo de livros falantes, onde o idioma dos personagens não seria empecilho para uma boa conversa?

Bons livros não envelhecem, apenas amarelam suas capas e folhas, mas continuam fonte perene de cultura e conhecimento.

A minha estante é rica e rico fico eu toda vez que a abro e retiro um exemplar para ler ou reler.

Boa leitura.

Beto Gonçalves