ENTRE ONTEM E HOJE
Ontem,
Só ontem!
O calor a me devorar,
Como fogo em chamas densas,
Queimando meu corpo,
Minha alma,
Minhas angústias em cenas intensas.
Só ontem!
Suor e lágrimas se entrelaçavam,
Como rios que se encontram na dor,
Intrinsecamente,
Intensamente,
Arduamente,
Deslizavam pela face,
Pelo peito,
Nos labirintos dos meus lamentos,
Em correntes de desalento.
Uma estrada longa, deserta,
Onde miragens dançavam ao vento,
Um horizonte sem fim, incerto,
Onde a dor era meu firmamento.
Doía!
A alma,
A cabeça,
O coração,
Um eco de pranto em solidão.
Só ontem!
Hoje,
Só hoje!
Senti a brisa fria,
Como um sussurro de alívio na manhã,
Nesta primavera tão linda,
Tão precisa,
Tão suave dentro de mim,
Congelando os pensamentos,
Apaziguando o coração,
Como um cântico de redenção.
Só hoje!