Homem
Um ser bestial enjaulado pela carne
olha a cidade tristonha,
abre a metafísica dos sonhos
com asas caídas pelo pecado.
Seu inimigo mor é corpóreo,
tem olhos, feições e estéticas mortas,
a natureza bela o compôs
nas entranhas sujas do criador.
Plasma a ética dos homens com sangue,
bebe do cálice vazio e gelado:
brindado com erros primórdios
o cadáver da besta paira o céu;
suicidando a esperança pífia,
exausto consigo e o mundo,
ressentido por viver sozinho
a carne se estreme orando o chão.