LABIRINTO DA ALMA
Estou em um labirinto, perdida em flor,
Repleto de rosas, espinhos e dor.
Estou sozinha, na sombra do vento,
Que toca minha pele, um frio tormento.
Arrepios profundos consomem minha alma,
Desgarrada, sem rumo, sem calma.
Mas o sol gentilmente rompe as nuvens,
Pergunto: Quem sou? Que caminhos percorro?
Sou aquela que foge para o interior,
Ou que busca a saída com temor?
As muralhas ao redor sufocam meu ser,
Escondem meu destino, que não posso ver.
Falta-me o ar, o espaço é confuso,
Olho em volta, não vejo um refúgio.
Sento-me em silêncio, fecho os olhos a pensar,
Respiro o tempo, deixo o sol me queimar.
Levanto-me então, de súbito, com firmeza,
Os olhos fechados, mas sinto a certeza.
Meu coração é a chave, a resposta encontrada,
Sinto-me livre, minha alma alçada.
Delicadamente caminho, passos leves,
Ando, ando, e encontro as breves saídas,
Tão simples, precisas e claras,
Que em meio ao caos, tornam-se raras.
Neste novo caminho, logo à entrada,
Um espelho me espera, imagem revelada.
Vejo um sorriso, enigma a brilhar,
Olhando só para mim, no íntimo a gostar.
Sinto-me tranquila, talvez feliz,
Quiçá, na busca, encontrei o que quis.