COMERÁS AS CINZAS DO QUE RESTOU

Nada mais semeia que vingue, e, quando muito,

seus frutos são raquíticos e sua prole nociva.

Eclode, egressa da terra, e não a deixa menstruar; interrompe o ciclo, e faz brotar, do útero, depois do alimento da mãe que o gerou, e chega, inclemente, e sobe-lhe à cabeça o mal, e suscita o espanto. Chegou, feroz e arrasador.

Ora, gargalha, e agasalha o bem, outra, encara e trava duelo com o mal, perde uma, ganha outras, mas está escrito que o fim não está próximo, nada é apocalíptico, porque é preciso sentir,

para crer, ver, para ferir, esperar o fim dos tempos, para renascer em outra eclosão.

E já sem nascer mal e sem aborto, deixa que a seiva seja derramada sobre seu leito, como se fora as lágrimas de sua mãe, senão, é quem vai deseja o fim, e já, apressa-se e apela; por isso, vem os desastres, as mazelas, a terra geme, e ele se alegra, enche-se de prazer, mas morre aos poucos; entretanto, ignora sua sentença de morte, é nefasta sua desdita, e seu tempo não tem presteza e nem importância com a vida..

Nada mais semeia que vingue, e, quando muito,

seus frutos são raquíticos e sua prole nociva.

Suplicam, em vão, a gralha, o corvo, a serpente...já não há mais maçã, nem Adão nem Eva, nem Abel, nem Caim...É o fim!"

Já não há mais nada, enfim!

- jose valdir pereira -