Descolonize as Famílias

Nos vastos registros da história,

Desdobram-se tramas densas de opressão e resistência,

Que na trama do tempo, ecoam como um rito ou vários gritos de dor e decepção.

No cenário contemporâneo, exercem sua influência, apesar de o povo brasileiro se chamar de resistência.

Quando mergulho no passado, me revela eventos sombrios de desigualdade aterradoras.

Onde gênero e raça se entrelaçam, com correntes, adornos de dor.

Em disputas familiares, um conflito criador, que foi trago pelo colonizador.

Ó cruel divisão, às mulheres da nobreza, a submissão, as escravas a chibata, abuso e escravidão.

Da senzala o fardo, do corpo usado de geração a geração.

Tempos modernos, o adorno e o senhor mudou, capataz tem outra origem, mas ainda no peito a dor, de amamentar uma sociedade que lhe priva de amor.

A separação constante das famílias e o fardo da mulher, que foi vista como objeto, porém se mantém de pé.

Essas cicatrizes persistem, não desaparecem, pós-escravidão.

Da ama leite, a falta do leite

Da agressão do capataz, hoje ver seus filhos chamados de marginais

Do grito ecoa do passado nessa nova dinâmica social.

Nas diferenças salariais, na violência que persiste, na frieza de alguns pais

Quando o senhor tomou o filho da escrava por nascer branco.

Ainda ecoam nas diferenças sociais

O impacto histórico vem como efeito dominó.

O homem reprodutor sem compromisso com amor, deixando sempre filho para trás afinal, tanto faz.

Aí vem Isabel querer romantizar.

A divisão histórica sem nenhum equilíbrio.

Que gerou uma sociedade machista dos senhorzinhos e do capataz.

As mulheres, com responsabilidade de alimentar os filhos e ainda viver na servidão.

Num mundo em mudança constante, é vital perceber, essas heranças históricas, para desafiar a norma nociva, trabalhar por uma sociedade mais justa, promover a igualdade e os direitos humanos

O capataz ou reprodutor, o tempo mudou. Olha para você, só basta querer, é livre para dar e receber amor.

Para alimentar seu filho, você não é mais escravo reprodutor.

O senhor do engenho presta atenção, hoje existe a obrigação de pagar pensão.

Olha a sua frente, já destruiu muita gente, colina da arruaça social.

Os corredores do judiciário contam a história que foi iniciada há séculos atrás.

Dono

Sinházinha

Capataz voraz

Escravo reprodutor

Escrava , base da desumanização

Carrega a pirâmide da opressão

Até hoje não tem paz