ENTREGA SILENCIOSA
A mais perfeita das melodias repousa no silêncio.
A mais sublime poesia habita no inexplorado.
Perto da inércia, gérmen das possibilidades.
Próximas do ócio, semente da genialidade.
De(nada) vale...
Como nada é suficiente,
Sonhos em estado latente
Esperam a primavera para gritar
Nesse inverno de silêncio a congelar!
Con(tudo), vale?
Se tudo valesse a pena,
Teu duro olhar não seria problema.
A ânsia de criar nasceria feliz com o dia.
Então, sem pretensão, floresceria a essência!
Tudo é (quase) nada; nada é (quase) tudo!
Ó Universo - és completo e perfeito,
Apenas não tens teu espaço.
E nesse vazio me deleito,
Contemplo! Desfaço…
Silente, tudo sigo! Parado, tudo digo!
Simples como existir, sem verniz.
O ser ignorante não diz nada…
O homem sábio nada diz.
Há, entre ambos, um abismo!
Volta completa na espiral da Vida.
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