DEPOIS DO DEPOIS
A pureza do mistério
com o seu olhar soslaio
nos espreita
a cada instante
e impugna
nossas certezas.
A finitude é o aguilhão
da nossa existência.
Lá no fim,
Depois do depois,
o frio “por que?”
sucumbirá
diante da beleza
da rosa.
O sentido das coisas
está prenhe de vazios
e repleto do nada.
“Os vazios são maiores
e até infinitos”,
e se confessam
à poesia.
(Urutu, Tarsila do Amaral, 1928)