NAS ASAS DO POEMA

O poema nos dá asas

Com elas alçamos voos incertos

Rumo a espaços e tempos improváveis

Tal qual Ícaro, louco de desejo de tornar-se Sol

Alados pelo poema, mergulhamos em precipícios

Ou nos perdemos em escuros breus

Em busca de alguma luz oculta

Tal qual o louco Orfeu, descendo ao Hades para reviver Eurídice

O poema nos dá alento

Com ele ignoramos o fluxo do tempo

Paramos momentos que se tornam eternos

Tal qual a fiel Penélope, aguardando seu amado Ulisses

O poema nos descobre

Com ele deciframos labirintos internos

Encontramos soluções nunca imaginadas

Tal qual a esperta Ariadne, libertando seu desejado Teseu