A Pedra

A pedra,

que existe,

subjulga o filósofo

e zomba de suas filosofias.

Não perde tempo com relógios,

que perdem tempo medindo a si mesmos.

Acha graça do homem,

da sua vaidade e de seu desespero;

vivem no futuro e

existem no presente – ao menos tentam.

Morrem, acabam sem ter vivido

e de sua existência restarão apenas vestígios

guardados na memória – enquanto houver

memória.

Mas a pedra se lembrará.

E um dia, no fim de tudo,

se extinguirá o homem, os relógios

e suas ideias.

Assim, então, abolidos os homens e o tempo...

Restará o infinito e as pedras.

Antologia da Existência
Enviado por Antologia da Existência em 13/08/2023
Código do texto: T7860797
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