A Pedra
A pedra,
que existe,
subjulga o filósofo
e zomba de suas filosofias.
Não perde tempo com relógios,
que perdem tempo medindo a si mesmos.
Acha graça do homem,
da sua vaidade e de seu desespero;
vivem no futuro e
existem no presente – ao menos tentam.
Morrem, acabam sem ter vivido
e de sua existência restarão apenas vestígios
guardados na memória – enquanto houver
memória.
Mas a pedra se lembrará.
E um dia, no fim de tudo,
se extinguirá o homem, os relógios
e suas ideias.
Assim, então, abolidos os homens e o tempo...
Restará o infinito e as pedras.