Filhos da Noite.
Filhos da noite, almas perdidas,
dançando e rodopiando sob o luar.
Andarilhos insones de muitas vidas
que em sonhos estranhos costumam vagar.
De épocas distantes, em ruas reconhecidamente percorridas,
repetindo os mesmos passos que levam sempre ao mesmo lugar.
Sem rumo, voltando ao início, labirinto sem saída.
Acendam a chama do coração e no escuro caminhem sem tropeçar.
Filhos da noite esqueçam a proteção humana prometida,
atendam ao chamado da centelha divina no seu sangue a queimar.
Testemunhem o sagrado e ao mundano, sabedoria convertida num único pulsar.
Filhos da noite ouçam a música profana que rompe a realidade entorpecida,
e sem temor venham a sua glória reivindicar.
Liberdade, utopia de outrora não consentida...
Expiem os pecados do mundo nesta triste madrugada com seu inebriante valsar.