AQUARELAS
Põe-te, por parte, firme, do que te põe em parte, livre.
Desde o ter que te põe nesse ser nessa, tuas diásporas.
Sem limites das reservas viva abras cada guarda chuva,
E afirme-se que molhe teus pés se tua alma está enxuta.
Se as tuas convicções te põem de pé, e rompem os fios,
Dessa marionete, e, já não danças, e ri nesse improviso,
Já não falas os teus desejos pela boca dos ventríloquos!
E..., não exijas, da vida, o que, tu não tens, e, nem doas.
Faça o que tua dignidade permita, abra gavetas na alma
Não queira os excessos, reparta a linha do mesmo trilho.
O pão é mesma massa, de mesmas argamassas triviais,
O céu, em todas as bocas, nesse, lugar comum da vida!
E tu vês o teu rosto, no espelho, que pode não ser o teu,
São tuas miragens, se, fechas, as portas, da razão, e se,
Afasta-te, da vontade, subindo no barco, da empolgação.
Assim, tua maré será bravia, e, remaras em lado oposto!
Os ralos existenciais ficam, abaixo da pia, o esgoto é via...
Se livre de quaisquer ópios, pelos banquetes da tua vida.
Veja o sol, ele, reparte-se, também, pelos teus caminhos.
Tu és o artista, do teu destino, é quem, escolhe as tintas!
Albérico Silva