Homem amarelo
E lá vai o homem amarelo
Com a sua mesma rotina
O seu jeito simples e sincero
Caminhando por uma esquina
Espera o ônibus no ponto
Depois vai pegar um metrô
Não ganhando nem dois contos
Mais um pobre trabalhador
No aperto dos seus dias
Vive sem qualquer esperança
Pensando na sua pobre filha
Com seus sonhos de criança
Na metrópole que amassa sonhos
Ele só é apenas mais um
Que segue frustrado e tristonho
Como um miserável comum
Leva uma mochila nas costas
Com uma marmita gelada
O estado não lhe traz respostas
Pra sua renda achatada
Trabalha na contrução civil
Como um orelha seca
Que nenhum governante viu
E se vê só balança a cabeça
Mais um Zé que não vai ter futuro
Sem escola ou educação
Comendo só grama e pedra
Um arroz frio e zóião
Uma distância descomunal
Entre o mais pobre e o mais rico
Nesse inferno natural
Brasil, te vendo assim triste fico.