A angústia do poeta
Está cercado de livros na estante
No seu quarto pilhas de papéis
O poeta não descansa um instante
Como um pintor e o seus pincéis
Sua máquina de escrever antiga
Companheira tão inseparável
Se tornou a sua melhor amiga
O poeta com o seu humor instável
Na angústia ele se inspira
Um operário da prosa e do verso
Nunca teve uma vida tranquila
Sempre um questionador do universo
Muitos vêem nele um louco
Que se esconde atrás dos seus textos
Julgamento que vem como soco
Sempre arrumando algum pretexto
Nunca peçam pra ele parar
Sua simples vida está em escrever
Mesmo sem nenhum lucro levar
Só faz isso pra não enlouquecer
Seja no sol do dia ou na madrugada
Na labuta de quem isso ama
Não reclama ou se cansa por nada
Ele escreve até se está na cama
Quando chora com grande emoção
Ao lembrar dos poetas antigos
Ele sofre e até dói o coração
Queria tê-los como bons amigos
E essa angústia que ele carrega
Se estende por anos a fio
E é por isso que ele se entrega
Cada inspiração é um desafio!