A completude vem das minhas atitudes
Minha ceguidade não me impede
De ver o mundo com outros olhos.
Tenho o coração na ponta dos dedos!
Nesse mundo ofuscado por neuras e medos,
Onde nações dançam morbidamente em sinistros bailes,
Minha alma repousa na paz do silente Braille!
Apesar da quietude que reina na minha fala
Não me calo diante das injustiças.
Falam minhas mãos, minhas expressões e meus gestos.
Minha mouquidão me impede de dar ouvidos
Aos gritos de ódio e aos insanos manifestos!
Meu estado de espírito, no bom senso se equilibra.
Expresso meu amor à vida, em forma de Libras!
Eu vejo, falo e ouço à minha maneira!
Minhas pernas são as rodas da minha cadeira.
Deficiências não me definham e nem me definem!
Preconceitos sem conceitos, não se impõem ao meu jeito.
As dificuldades não me encarceram!
Meu corpo plenamente vive!
Minha alma é livre!
Não me deixo enganar
Pelo mundo e seu dissimulo.
E não vejo os obstáculos da vida
Como perspectiva de derrota
Mas sim, como fator de estímulo!