Deus o diabo e o padre.
O tempo passou eu recordo de cada instante, um jovem rapaz, estudando para ser padre, estudei em diversas universidades em muitos lugares.
Ramente achava algum seminarista inteligente, então será que terei ser um bobológico para poder ser padre.
Na verdade sempre tive vergonha da ignorância dos meus colegas, com exceção do padre Lancellotti quando seminarista.
Imaginava na minha intimidade, prefiro o ateismo de Nietzsche, o materialismo de Marx, a biologia de Darwin, a psicanálise de Freud, o existencialismo de Sartre e a hermenêutica de Foucault.
Será que terei que acreditar no delírio metafísico de uma tribo semita, que pensava em um espírito criando tudo que existe nos múltiplos universos paralelos.
Eu só deseja ser normal, pior ainda acreditar em um judeu esquerdida e comunista, revolucionário que morreu em uma cruz e transformou-se em Deus.
Melhor uma estrela brilhando no infinito, jorrando hidrogênio, iluminando as trevas, deste modo, os romanos achavam que o sol era Deus.
Então perguntava, qual é a importância da crença, se o cidadão pensa que tem fé, quando na realidade praxiológica é ignorância, por não ter habitat epistemológivo.
Faltavam alguns meses para terminar meu estudos teológicos, sabia da não existência de Deus, o diabo um mito retórico.
A vida nunca teve finalidade, a existência substancia-se na ausência de sentido.
O futuro do corpo sapiens tão somente pastagem para um imenso conglomerado de bactérias.
Ossos podres nos túmulos não ressuscitam, a alma a cognição linguística.
Quanto a mim, teria que acreditar que um judeu que virou Deus, isso era muito para a minha cabeça.
Sendo que Jesus Cristo desejava salvar o mundo, quando a sua única preocupação não deixar o povo judeu ser escravo de Roma.
Então perguntava para que ser padre, se Deus não existe, o céu uma mentira, do mesmo modo, o inferno, a alma uma invenção cognitiva.
Teria que encontrar uma motivação, o único caminho era enganar a minha própria pessoa.
Mentir para quem a vida toda procurou ser honesto, ludibriar pessoas simples com baixa escolaridade.
Esses são os motivos pelos quais deixei a Igreja Católica, sempre procurei a honestidade.
Escrito por: Edjar Dias de Vasconcelos Bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção - Arquidiocese de São Paulo com graduação máxima, nota dez no Exame De Universa Theologia. Estudou latim, grego, aramaico, alemão, francês e espanhol, com formação em Filologia e especialização em Direito Canônico, autor da tese em Astrofísica, O que é o Princípio da Incausalidade.
Licenciado em Filosofia, Sociologia e História, formado também em Psicologia, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC-MG. Experiência na orientação de estudos em temas diversos. Professor convidado do Instituto Parthenon - Instituto Brasileiro de Filosofia e Educação-www.institutoparthenon.com.br
Edjar Dias de Vasconcelos.